O projeto de reforma deste apartamento localizado no Edifício Panorama, um dos ícones da arquitetura residencial de Belo Horizonte, considerou o fato de que o imóvel é alugado. Por esse motivo, intervenções muito radicais foram descartadas de antemão – tanto por não serem reversíveis (pelo menos não sem um custo adicional) quanto por representarem um investimento que não pode ser recuperado ou reutilizado em outros imóveis. Em casos como esse, o melhor recurso de que dispõe o profissional de arquitetura é a pintura, com uma escolha criteriosa de cores e com a utilização dessas cores para hierarquizar os espaços e para dar personalidade aos ambientes. O investimento é mínimo e a intervenção é superficial, não alterando em nada a planta, a disposição dos cômodos ou os revestimentos.
Na entrada do apartamento, no ambiente que abrange as salas de estar e jantar, foram utilizadas nada menos que quatro cores nas paredes, o que em tese parece um exagero – mas os tons escolhidos são discretos e combinam uns com os outros. A ideia, como dito anteriormente, foi utilizar essas cores para distinguir os usos. O azul cobre uma faixa de paredes e forro junto à entrada e delimita visualmente uma espécie de corredor de circulação. O cinza predomina na sala de jantar enquanto o verde, também presente tanto nas paredes quanto no teto, reserva o canto do estar íntimo. O branco complementa e amarra a composição, evitando o que poderia se tornar um uso excessivo da cor.
A escolha e a disposição do mobiliário refletem uma ideia de despojamento, com um layout que não cria obstáculos entre os ambientes. A única coisa que delimita a fronteira entre as salas, além da pintura, é o tapete que cobre o piso do estar. A mesa da sala de jantar foi disposta para se aproximar da varanda e usufruir de sua vista, uma das principais qualidades do imóvel. Em sintonia com essas premissas (o despojamento e o aproveitamento da vista), o espaço não possui cortinas ou persianas. Em vez disso, a janela da sala de estar ganha uma fileira de vasos de plantas suspensos apenas para conter a intensidade da luz natural. As portas de vidro que dão acesso à varanda ficam totalmente desimpedidas, convidando o panorama da Avenida Afonso Pena para dentro do apartamento. Outras peças de mobiliário exemplificam bem essa ideia de informalidade, como os bancos Trevo da Faktura Design, que podem servir como assentos ou como mesa de centro. A decoração do ambiente é caracterizada principalmente pelos quadros e objetos do cliente e por uma grande quantidade de vasos de plantas, como no caso da já citada cortina verde da sala de estar.
Por fim, merece destaque a varanda, que ganhou no seu guarda-corpo uma peça de marcenaria projetada para servir ao mesmo tempo como assento e bancada. Por se tratar do ambiente mais especial do apartamento, havia a necessidade de se criar um elemento para incentivar a permanência no local e tornar essa permanência mais agradável. A solução encontrada atinge esse objetivo sem alterar significativamente o imóvel em si, podendo ser facilmente revertida.
Apartamento Panorama
SERVIÇO
Interiores
LOCALIZAÇÃO
Belo Horizonte/MG
ANO
2021
O projeto de reforma deste apartamento localizado no Edifício Panorama, um dos ícones da arquitetura residencial de Belo Horizonte, considerou o fato de que o imóvel é alugado. Por esse motivo, intervenções muito radicais foram descartadas de antemão – tanto por não serem reversíveis (pelo menos não sem um custo adicional) quanto por representarem um investimento que não pode ser recuperado ou reutilizado em outros imóveis. Em casos como esse, o melhor recurso de que dispõe o profissional de arquitetura é a pintura, com uma escolha criteriosa de cores e com a utilização dessas cores para hierarquizar os espaços e para dar personalidade aos ambientes. O investimento é mínimo e a intervenção é superficial, não alterando em nada a planta, a disposição dos cômodos ou os revestimentos.
Na entrada do apartamento, no ambiente que abrange as salas de estar e jantar, foram utilizadas nada menos que quatro cores nas paredes, o que em tese parece um exagero – mas os tons escolhidos são discretos e combinam uns com os outros. A ideia, como dito anteriormente, foi utilizar essas cores para distinguir os usos. O azul cobre uma faixa de paredes e forro junto à entrada e delimita visualmente uma espécie de corredor de circulação. O cinza predomina na sala de jantar enquanto o verde, também presente tanto nas paredes quanto no teto, reserva o canto do estar íntimo. O branco complementa e amarra a composição, evitando o que poderia se tornar um uso excessivo da cor.
A escolha e a disposição do mobiliário refletem uma ideia de despojamento, com um layout que não cria obstáculos entre os ambientes. A única coisa que delimita a fronteira entre as salas, além da pintura, é o tapete que cobre o piso do estar. A mesa da sala de jantar foi disposta para se aproximar da varanda e usufruir de sua vista, uma das principais qualidades do imóvel. Em sintonia com essas premissas (o despojamento e o aproveitamento da vista), o espaço não possui cortinas ou persianas. Em vez disso, a janela da sala de estar ganha uma fileira de vasos de plantas suspensos apenas para conter a intensidade da luz natural. As portas de vidro que dão acesso à varanda ficam totalmente desimpedidas, convidando o panorama da Avenida Afonso Pena para dentro do apartamento. Outras peças de mobiliário exemplificam bem essa ideia de informalidade, como os bancos Trevo da Faktura Design, que podem servir como assentos ou como mesa de centro. A decoração do ambiente é caracterizada principalmente pelos quadros e objetos do cliente e por uma grande quantidade de vasos de plantas, como no caso da já citada cortina verde da sala de estar.
Por fim, merece destaque a varanda, que ganhou no seu guarda-corpo uma peça de marcenaria projetada para servir ao mesmo tempo como assento e bancada. Por se tratar do ambiente mais especial do apartamento, havia a necessidade de se criar um elemento para incentivar a permanência no local e tornar essa permanência mais agradável. A solução encontrada atinge esse objetivo sem alterar significativamente o imóvel em si, podendo ser facilmente revertida.