O acesso principal se dá por outro alpendre, um deck em madeira em L que
se estende por parte da fachada frontal e uma das laterais. O espaço é coberto por
um pergolado com o mesmo formato, que protege a entrada para a cozinha e a sala
de jantar.
Esse projeto residencial faz parte de um conjunto de três casas que dividem
uma área de lazer central e ocupam um extenso terreno no município de Lagoa
Santa (Região Metropolitana de Belo Horizonte). O grande desafio enfrentado em
sua concepção geral foi a necessidade de seguir a arquitetura tradicional mineira
como referência principal sem que isso resultasse numa casa rural. Para tanto, o
escritório procurou identificar quais são as qualidades frequentemente associadas à
arquitetura vernacular do estado para então reinterpretá-las com uma linguagem
contemporânea.
Um exemplo emblemático dessa maneira de pensar o projeto é a cobertura
da edificação. Peça a um mineiro que imagine uma casa qualquer e ele
provavelmente vai se lembrar de um telhado de duas águas com telhas de cerâmica
– uma tipologia frequente tanto nas cidades históricas quanto nas modernas. Na
casa Lagoa, essa cobertura de duas águas é invertida, mais ou menos como nos
telhados borboleta do modernismo. Diferentemente destes últimos, no entanto, aqui
os beirais típicos da arquitetura colonial são mantidos. Por último, o revestimento em
madeira desses beirais esconde o fato de que essa cobertura não é um telhado,
mas uma laje de concreto em V.
Esse jogo que por vezes subverte e por vezes utiliza de forma literal os
elementos tradicionais é empregado também nas paredes, portas, janelas, pisos e
até no partido arquitetônico. A cozinha é aberta e ligada com o espaço externo como
nenhuma cozinha colonial poderia ser, mas é também dotada de fogão de lenha e
paredes de azulejos à moda antiga. Os quartos quando vistos da sala parecem
reservados, mas a única coisa que os separa do exterior são grandes portas de
correr em vidro. Cada um conta também com seu pequeno alpendre particular entre
as portas de vidro e o quintal. Mais uma vez, existe uma alternância entre o
esperado e o inesperado ou entre o fechado (que pode ser entendido como o
tradicional) e o aberto.
Casa Lagoa
SERVIÇO
Arquitetura
LOCALIZAÇÃO
Lagoa Santa/MG
ANO
2020
Esse projeto residencial faz parte de um conjunto de três casas que dividem
uma área de lazer central e ocupam um extenso terreno no município de Lagoa
Santa (Região Metropolitana de Belo Horizonte). O grande desafio enfrentado em
sua concepção geral foi a necessidade de seguir a arquitetura tradicional mineira
como referência principal sem que isso resultasse numa casa rural. Para tanto, o
escritório procurou identificar quais são as qualidades frequentemente associadas à
arquitetura vernacular do estado para então reinterpretá-las com uma linguagem
contemporânea.
Um exemplo emblemático dessa maneira de pensar o projeto é a cobertura
da edificação. Peça a um mineiro que imagine uma casa qualquer e ele
provavelmente vai se lembrar de um telhado de duas águas com telhas de cerâmica
– uma tipologia frequente tanto nas cidades históricas quanto nas modernas. Na
casa Lagoa, essa cobertura de duas águas é invertida, mais ou menos como nos
telhados borboleta do modernismo. Diferentemente destes últimos, no entanto, aqui
os beirais típicos da arquitetura colonial são mantidos. Por último, o revestimento em
madeira desses beirais esconde o fato de que essa cobertura não é um telhado,
mas uma laje de concreto em V.
O acesso principal se dá por outro alpendre, um deck em madeira em L que
se estende por parte da fachada frontal e uma das laterais. O espaço é coberto por
um pergolado com o mesmo formato, que protege a entrada para a cozinha e a sala
de jantar.
Esse jogo que por vezes subverte e por vezes utiliza de forma literal os
elementos tradicionais é empregado também nas paredes, portas, janelas, pisos e
até no partido arquitetônico. A cozinha é aberta e ligada com o espaço externo como
nenhuma cozinha colonial poderia ser, mas é também dotada de fogão de lenha e
paredes de azulejos à moda antiga. Os quartos quando vistos da sala parecem
reservados, mas a única coisa que os separa do exterior são grandes portas de
correr em vidro. Cada um conta também com seu pequeno alpendre particular entre
as portas de vidro e o quintal. Mais uma vez, existe uma alternância entre o
esperado e o inesperado ou entre o fechado (que pode ser entendido como o
tradicional) e o aberto.