A Catedral de Nossa Senhora da Boa Viagem é uma das edificações de maior importância histórica, arquitetônica e religiosa da cidade Belo Horizonte. O local, caracterizado por um amplo adro arborizado, já contava com uma igreja colonial antes mesmo da fundação da cidade. A nova igreja, hoje também histórica, foi construída sobre a antiga para que a catedral de Belo Horizonte fizesse jus à moderna visão de cidade pretendida pela comissão construtora. O imóvel e seu adro são protegidos por tombamento nos âmbitos municipal e estadual.
A Mutabile ficou responsável por elaborar um novo projeto de paisagismo para este espaço público que circunda a construção. Além disso, deveria ser criada uma proposta de iluminação monumental. Para tanto, foi realizado um extensivo levantamento fotográfico da evolução da ocupação do espaço, desde o Curral del Rei até a data atual. Este apanhado permitiu, por exemplo, determinar o momento em que foi realizado o plantio das árvores. O escritório trabalhou em parceria com profissionais especializados que determinaram a fitossanidade de cada espécime. De acordo com esse critério, foi recomendada a remoção de algumas árvores e o monitoramento periódico de outras.
Por fim, o projeto de iluminação previu três tipos básicos de lâmpada, cada uma com uma função específica: luz de enchimento, luz de destaque de elementos decorativos e luz de destaque volumétrico. Esta última tinha como objetivo dar ênfase à forma pontiaguda das três torres. O objetivo do projeto foi criar uma iluminação que não seja uniforme – ao contrário, a boa iluminação monumental tem como característica a criação de áreas de penumbra que contrastam com a intensa luminosidade dos elementos mais importantes. O resultado é dramático, cenográfico e valoriza os traços da arquitetura neogótica da catedral.
Os projetos de iluminação e paisagismo deveriam ser concebidos para que funcionassem em harmonia. Era preciso, portanto, identificar os pontos em que as copas das árvores permitiam a visão do conjunto. Quando necessário, o projeto poderia prever medidas como o transplantio de vegetação para desimpedir a visão da catedral. Em alguns casos isolados, a supressão vegetal foi recomendada por critérios de projeto. Devidamente compatibilizados, paisagismo e iluminação precisavam ser submetidos à apreciação do conselho municipal do patrimônio, do IEPHA e dos órgãos ambientais da prefeitura. Cada intervenção (transplantio, remoção por fitossanidade, remoção por critério arquitetônico/paisagístico) foi discriminada e locada em planta. O projeto paisagístico ainda incluiu os projetos das calçadas e dos canteiros, que receberam um desenho com formas abstratas criadas pela aplicação de diferentes coberturas vegetais.
Catedral Nossa Senhora da Boa Viagem
SERVIÇO
Projeto Arquitetônico
LOCALIZAÇÃO
Belo Horizonte/MG
ANO
2015
A Catedral de Nossa Senhora da Boa Viagem é uma das edificações de maior importância histórica, arquitetônica e religiosa da cidade Belo Horizonte. O local, caracterizado por um amplo adro arborizado, já contava com uma igreja colonial antes mesmo da fundação da cidade. A nova igreja, hoje também histórica, foi construída sobre a antiga para que a catedral de Belo Horizonte fizesse jus à moderna visão de cidade pretendida pela comissão construtora. O imóvel e seu adro são protegidos por tombamento nos âmbitos municipal e estadual.
A Mutabile ficou responsável por elaborar um novo projeto de paisagismo para este espaço público que circunda a construção. Além disso, deveria ser criada uma proposta de iluminação monumental. Para tanto, foi realizado um extensivo levantamento fotográfico da evolução da ocupação do espaço, desde o Curral del Rei até a data atual. Este apanhado permitiu, por exemplo, determinar o momento em que foi realizado o plantio das árvores. O escritório trabalhou em parceria com profissionais especializados que determinaram a fitossanidade de cada espécime. De acordo com esse critério, foi recomendada a remoção de algumas árvores e o monitoramento periódico de outras.
Por fim, o projeto de iluminação previu três tipos básicos de lâmpada, cada uma com uma função específica: luz de enchimento, luz de destaque de elementos decorativos e luz de destaque volumétrico. Esta última tinha como objetivo dar ênfase à forma pontiaguda das três torres. O objetivo do projeto foi criar uma iluminação que não seja uniforme – ao contrário, a boa iluminação monumental tem como característica a criação de áreas de penumbra que contrastam com a intensa luminosidade dos elementos mais importantes. O resultado é dramático, cenográfico e valoriza os traços da arquitetura neogótica da catedral.
Os projetos de iluminação e paisagismo deveriam ser concebidos para que funcionassem em harmonia. Era preciso, portanto, identificar os pontos em que as copas das árvores permitiam a visão do conjunto. Quando necessário, o projeto poderia prever medidas como o transplantio de vegetação para desimpedir a visão da catedral. Em alguns casos isolados, a supressão vegetal foi recomendada por critérios de projeto. Devidamente compatibilizados, paisagismo e iluminação precisavam ser submetidos à apreciação do conselho municipal do patrimônio, do IEPHA e dos órgãos ambientais da prefeitura. Cada intervenção (transplantio, remoção por fitossanidade, remoção por critério arquitetônico/paisagístico) foi discriminada e locada em planta. O projeto paisagístico ainda incluiu os projetos das calçadas e dos canteiros, que receberam um desenho com formas abstratas criadas pela aplicação de diferentes coberturas vegetais.